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OS TRICOTEIROS ANÔNIMOS

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Virou moda tricotar para relaxar, evitar o estresse e unir pessoas para bate-papos descontraídos. Uma terapia, dizem. Parece uma coisa ingênua. Mas não é. Tanto é que, no Rio de Janeiro, já existe o T.A.: Tricoteiros Anônimos.

O T.A. atende exclusivamente homens que se viciam em tricô. Estes dependentes que levam suas agulhas e linhas para o trabalho e se escondem no banheiro para tricotar blusas, gorros, meias, sapatinhos de bebê. Muitos, tomados pelo vício, foram demitidos por faltarem ao trabalho. Os que tomam consciência do problema procuram o T.A. As reuniões são como as dos Alcoólicos Anônimos.

— Meu nome é Antonio Carlos e estou há cinco dias sem tricotar.
Palmas.

Alguns relatam como começaram e os problemas que tiveram. Como Luis Antonio:

— Eu estava estressado e já tinha observado que minha tia, tricoteira, era uma pessoa calma. Então, enquanto esperava minha esposa se arrumar para irmos a uma festa, dei meus primeiros pontos. Foi o bastante para ser fisgado pelo vício. Quando dei por mim, já tinha feito um xale inteiro. Nunca mais fui a festas com minha mulher. Preferia ficar em casa tricotando. Minha mulher arranjou um amante e me abandonou. Arrasado, fiquei três meses fechado em casa e fiz 120 casaquinhos de neném.

Outro depoimento; este, de Waltencir:

— Só me dei conta de que era um tricoteiro quando, de madrugada, uma de minhas agulhas quebrou e eu saí pelas ruas procurando uma loja aberta. Não encontrei. Eu fui preso por tentar roubar agulhas e lã da loja da qual era freguês.
Muitos se curam do vício. Mas é passo a passo, dia a dia... Muitos não resistem e têm recaídas que os deixam humilhados. O tricô é a porta de entrada para outros vícios. Muitos tricoteiros passam a fazer bainhas em calças, depois experimentam atividades consideradas mais difíceis: tornam-se viciados em corte-e-costura. Fazem saias, blusas e vestidos (de alcinha, com corpetes drapeados, com golas japonesas, enfeitados com miçangas e bordados de ponto cheio, ponto de cruz, consumindo linhas ilha-da-madeira, cairel, meadinhas. Isso quando não acontece de falecerem vítimas de overdose de sianinhas. Uma tragédia!

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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O TATUADO TATUAGEM

Então era aventureiro e gostava de viagens e de viver perigosamente e estivera em guerrilhas na América Central e foi mercenário na África e fez contrabando no Paraguai e combateu contrabandistas em Mato Grosso e foi garimpeiro e procurou por todo mundo sinais de extraterrestres e alçava grandes vôos dentro da vida e por isso levava no braço direito uma águia tatuada.
E um dia ele atracou numa mesa de bar de onde via, em frente, no porto, os navios chegarem e partirem. Ele ficava. O mar já não lhe sugeria mistérios, não ouvia mais os apelos das aventuras. As estradas, ele sabia, o levariam de volta àquela mesa, àquele bar onde passava os dias bebendo e sentindo o braço direito doer um pouco. A águia tatuada, inconformada, se debatia e tentava se desprender do seu braço. E ela conseguiu. O homem viu, com tristeza, a águia voar até sumir. Ele sabia que isso iria acontecer, pois o tatuador lhe dissera: — Você não tem tatuagem, a tatuagem é que tem você.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

DESPEDIDA DE SANTO

O santo queria deixar de ser santo
Para tanto, organizou uma orgia
Chamou amigos, santas e sacripantas
Para uma bacanal que duraria dias e dias.

O santo tinha feito um balanço
De seus milagres e curas
Deu saldo positivo,
Para ficar no negativo
Praticou oito coitos e nove curras.

Cansei-me de ser aquele beato
Que ao mijar no meio do mato
Faz as flores ficarem mais belas.
Que ao cagar no chão – na maior agrura –
Vem depois um leproso, pisa e o pé se cura.

Transformar água em vinho, que me interessa?
Se nem sou sommelier
Curar aleijados, fazer um cego enxergar?
Grandes coisas pra quem é do metier
Faço isso e outras causas nobres
Sem dinheiro do governo
Sem pedir voto aos pobres.

Por ser um santo remédio
Ouço o tempo todo obrigados
Por graças que dou de graça
Isso me mata de vergonha,
Morro muito mais de tédio
Juro que constrangido eu fico.
Por Deus! Meu ouvido não é penico!

E o santo brasileiro
Tão assediado pelos fiéis
Tão casto e tão com tudo
Não é mais milagreiro
Deixou os bons, não foi pros cruéis.
Foi ser normal, como todo mundo.

É o nariz, estúpido!