Aviso

É proibida, sem a autorização do cartunista Nani, a publicação de material do blog nanihumor em mídia impressa (jornais, revistas, cartilhas, folhetos etc.) e por editoras para uso em livros. Blogs e mídias eletrônicas poderão repercutir material do blog nanihumor, contanto que não seja para fins lucrativos

IH, CHUTOU!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Saguão do aeroporto. Helenita, grávida de oito meses, ao lado do marido Rodolfo quando encontra um deputado. Eles tinham votado nele, mas estavam muito decepcionados com o parlamentar. Deu-se então o seguinte diálogo:
RODOLFO – E aí, deputado, está indo para Brasília?
DEPUTADO – Estou indo trabalhar. Em Brasília a gente trabalha muito.
Helenita botou a mão na barriga e gritou: – Ih. Chutou.
DEPUTADO – Não é chute não, minha senhora. Eu sou um deputado honesto, que dou duro e honro o meu mandato.
HELENITA – Estava falando do meu neném. Ele chutou.
DEPUTADO – Ah, me desculpa. Pensei... bem... desculpa... (T) Mas como eu dizia: eu estou em Brasília para moralizar o Congresso. Eu nunca entrei, nem entrarei em nenhum mensalão, em nenhuma maracutaia.
HELENITA – Ih, chutou!
DEPUTADO – Ah, o bebê chutou de novo?
RODOLFO – Não. A minha mulher está dizendo que o senhor já esteve se metido no último escândalo, no penúltimo e no antepenúltimo e achamos que vai estar no próximo também..
DEPUTADO – É mentira da imprensa. Não. Absolutamente. Nada daquilo foi provado. A mansão que eu comprei, o iate, a minha fazenda foi tudo comprado com dinheiro ganho honestamente.
HELENITA – Ih, chutou.
DEPUTADO – Minha senhora, a senhora está me desrespeitando. Eu fui votado, muito bem votado porque o povo me absolveu. O povo sabe que eu sou ficha limpa.. Por isso dobre a língua.
RODOLFO – Calma, deputado. Ela está falando do bebê. Posso jurar que Helenita não acha que o senhor seja corrupto.
HELENITA – Ih, chutou.
Desta vez foi a vez do Rodolfo contestar a esposa: –Eu chutei?
DEPUTADO – Não vá botar a culpa no bebê, minha senhora. Sei muito bem que a senhora e um monte de babacas andam dizendo que sou desonesto. Quero ver provarem alguma coisa. Provem. Vamos! Prova. Olha que eu levo a senhora às barras dos tribunais. Isso é um absurdo, uma calúnia!
Um outro passageiro que a tudo ouvia interferiu.
– Que isso, deputado? O senhor está brigando com uma mulher grávida? Por que não briga pra moralizar o Congresso?
Outras pessoas vieram meter a colher de pau, o deputado saiu esbravejando e soltando palavrões. Rodolfo ficou chateado porque um pensamento passou pela sua cabeça. Se o bebê que ainda nem tinha nascido também dava seus chutes poderia, no futuro, ser político também.

0 comentários: